O ano de 2010 terá como prioridade estabelecida pelo Setor Vida e Família da CNBB o Setor Casos Especiais da Pastoral Familiar, tendo como ênfase os casais em segunda união. Vamos ennteder um pouco melhor o que significa isso.Família ou famílias?
“A família natural, enquanto comunhão íntima de vida e de amor, fundada sobre o matrimônio entre um homem e uma mulher, constitui o lugar primário da ‘humanização’ da pessoa e da sociedade.”, o “berço da vida e do amor”. Por isso, a família é justamente designada como a primeira sociedade natural, “uma instituição divina colocada como fundamento da vida das pessoas, como protótipo de todo o ordenamento social.” (Papa Bento XVI, 2008)
As transformações que vem ocorrendo na estrutura familiar contribuem para que seus membros passem a conviver com conflitos e crises. Tradicionalmente, a força do laço conjugal tinha uma dimensão institucional: o matrimônio, fundado na dependência do casal entre si, pela divisão e complementaridade. Hoje em dia o laço conjugal se funda na procura de relações amorosas satisfatórias e não mais no compromisso.
O que á a família em segunda união?
Segunda união é uma forma de família composta por um homem e uma mulher em que ambos (ou apenas um deles) se separaram dos seus primeiros cônjuges, quebrando o vínculo do sacramento do matrimônio, e casaram-se novamente, no civil ou não. Homem e mulher (ou um deles) podem ter filhos da união anterior, ou, muitas vezes, acabam tendo filhos dessa nova união.
Fatores que contribuíram para o surgimento da família em segunda união
A família em segunda união pode ser visualizada mais intensamente a partir de um conjunto de fatores de transformação surgidos no período da industrialização, pela influência das transformações sociais ocorridas na sociedade brasileira a partir das décadas de 50 a 70, tais como
1. a urbanização acelerada que fez co que muitas pessoas despreparadas passassem da vida rural para a urbana, com uma mudança muito radical nos convívios sociais, ganhos de conforto, tecnologia e praticidade, mas inúmeras perdas de valores.
2. Mudanças nas relações familiares, com a mulher cada vez mais ausente do lar, a busca do amor romântico (valorização da dimensão afetiva e sexual), a queda vertiginosa da fecundidade para se adaptar melhor a esta nova realidade familiar e a maior autonomia por parte dos filhos.
3. Fatores socioculturais como o aumento da expectativa de vida, a legalização do divórcio civil e a ditadura cultural do individualismo e do relativismo.
Não deixamos o tradicional, nem acolhemos totalmente o novo. Atualmente a sociedade brasileira convive com diversas formas familiares. O que fica nítido é que, mesmo diante de novas estruturações, a família é natural, criada e querida por Deus e essencial para a vida humana, não uma construção do ser humano, nem constituída de acordo com a cultura ou interesse social.
(Texto adaptado da Revista Família Cristã, nov 2009)
